quarta-feira, 27 de abril de 2011

MESTRE... morreu uma PROFESSORA

Servidores da Prefeitura de Juiz de Fora e o Sindicato dos Professores (Sinpro) reclamam do Decreto Municipal  que restringe a liberação de atestado médico. Na última semana uma professora morreu de aneurisma cerebral na cidade por não ter um atestado médico do Sistema Único de Saúde (SUS) que garantisse o afastamento dela para o tratamento da doença.
A história da professora que morreu na semana passada, depois de ir trabalhar passando mal, quem conta é a coordenadora do sindicato, Aparecida de Oliveira Pinto. Ela lembra que por cinco dias a amiga buscava um meio de validar o atestado, emitido por um médico do plano de saúde.
O decreto número 9.350, de 2007, da Prefeitura de Juiz de Fora, diz que o servidor que deixar de comparecer ou se afastar do trabalho por motivo de doença deve apresentar atestado médico emitido por serviço público ou profissional vinculado ao SUS da cidade.
Em nota a Prefeitura diz que a medida foi necessária para normatizar a perícia médica e que normas como essa são adotadas em grandes empresas e instituições públicas que possuem setor de medicina do trabalho.
Ou seja, atestado com a assinatura de médico particular não vale.
http://www.zonadamatamg.com.br/

Já havia preparado um texto para falar sobre O DIA DA EDUCAÇÃO - 28 de abril.
Resolvi prestar uma homenagem a PROFESSORA vítima de nosso sistema falido e cheio de incoerencias.
Mas ainda continuo firme na campanha a favor da EDUCAÇÃO.


No dia 28 de abril comemora-se o dia da Educação.

Temos muito a lutar e reivindicar por uma melhora na educação em nossa cidade, em nosso estado e em nosso país.
Essa luta é ardua e difícil de ser realizada, pois os maiores entraves para a sua vitória estão na mudança de valores de alguns políticos, na conquista da cidadania e na luta pelos direitos que são anseios da população, na transformação dos laços familiares que estão se diluindo e deixando de argamassar a base da família.
Não teremos nada a comemorar se não pudermos antever uma mudança pequena que seja no íntimo das pessoas. Não poderemos acreditar em mudanças se não pudermos alimentar a esperança de muitos jovens de concretizar seus sonhos. Não podemos ampliar o acesso a educação se não houver parceria de toda a sociedade em função de novas conquistas visando mudar os patamares da violência, da insegurança e da criminalidade.
Devemos seguir em busca da ética, da auto-estima, da cidadania, do progresso e da satisfação em ser útil. Poderemos transformar o país se investirmos em mais Educação, mas sem paternalismo, sem omissões e sem acobertar a miséria doando ajuda sem ensinar as pessoas a sobreviverem e mudar seus rumos.
Não podemos acreditar na vitória da educação se não investirmos em “trazer o mestre” para a Educação. Não só o mestre que busca a sua sobrevivência, mas o mestre que se compromete com seu trabalho, que consegue com dignidade manter sua família e pode sonhar em obter melhoras ajudando a melhorar também a vida de seu próximo.
 “Bem judiciosas são as seguintes considerações de Vieira sobre o inestimável valor da educação sob seu aspecto moral: "Em todas as ciências é certo que há muitos erros, dos quais nasce a diferença de opiniões; em todas as ciências há muitas ignorâncias, as quais confessam todos os maiores letrados que não compreendem nem alcançam. Pois se veio a Sabedoria divina ao mundo, por que não alumiou estes erros, por que não tirou estas ignorâncias? Porque errar ou acertar em todas as matérias, sabê-las ou não as saber, pouca coisa importa; o que só importa é saber salvar, o que só importa é acertar a ser bom: e isto é o que nos veio ensinar o Filho de Deus. Nem ensinou aos filósofos a composição dos continentes, nem aos geómetras a quadratura do círculo, nem aos mareantes a altura de Leste e Oeste, nem aos químicos o descobrimento da pedra filosofal, nem aos médicos as virtudes das ervas, das plantas e dos mesmos elementos; nem aos astrólogos e astrónomos o curso, a grandeza, o número e as influências dos astros: só nos ensinou a ser humildes, ó nos ensinou a ser castos, só nos ensinou a fugir da avareza, só nos ensinou a perdoar as injúrias, só nos ensinou a sofrer perseguições pela causa da justiça, só nos ensinou a chorar e aborrecer o pecado e amar e exercitar a virtude; porque estas são as regras e as conclusões, estes os preceitos e os teoremas por onde se aprende a ser bom, a ser justo, que é a ciência que professou e veio ensinar o Filho de Deus."
É de semelhante espécie de ensino que precisam os homens de nossos dias. Todos os problemas do momento atual se resumem em uma questão de caráter: só pela educação podem ser solucionados. Demasiada importância se liga às várias modalidades do saber, descurando-se o principal, que é a ciência do bem.
Os pais geralmente se preocupam com a carreira que os filhos deverão seguir, deixando-se impressionar pelo brilho e pelo resultado utilitário que de tais carreiras possam advir. No entanto, deixam de atentar para a questão fundamental da vida, que se resolve em criar e consolidar o caráter. Antes de tudo, e acima de tudo, os pais devem cuidar da educação moral dos filhos, relegando às inclinações e vocações de cada um a escolha da profissão, como acessório.
A crise que assoberba o mundo é a crise de caráter, responsável por todas as outras.
O momento reclama a ação de homens honestos, escrupulosos, possuídos do espírito de justiça e compenetrados das suas responsabilidades.
Temos vivido sob o despotismo da inteligência. Cumpre sacudir-lhe o jugo fascinador, proclamando o reinado do caráter, o império da consciência, da moral e dos sentimentos.[1]
Não poderemos transformar nossos cidadãos se não colocarmos a Educação nas mãos de um mestre maior, Jesus, que pode guiar as famílias e a escola, os gestores, legisladores, educadores e toda a sociedade em direção há um caminho de reconquista de valores e de solidificação de ideais.
E o nosso maior “Mestre” veio nos ensinar a amar e a servir e colocou em nossas mãos a oportunidade de crescer e progredir e para tanto não precisamos de muito, basta segui-lo.



[1] CAMARGO, Pedro de (Vinícius), O mestre na educação, FEB, 1977.