quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Mais Educação? Mais valores?


ARTE x MARGINALIDADE - pintura à óleo - Rose Valverde 1998*

Quando éramos pequenos minha mãe sempre estimulava o uso das palavrinhas mágicas: Dá licença! Obrigada! Por favor! Desculpe-me! Pedir desculpas era uma exigência sempre que brigávamos um com o outro e se não pedíssemos desculpas ficávamos sentadas de castigo no quarto ou no banheiro até pensarmos melhor. Parece até aquele programa conhecido de hoje em dia que ensina os pais dar limites para os filhos. Minha mãe criou seis filhos, teve muitos dificuldades para orientar a todos mas, sei que as palavrinhas mágicas que ela nos fazia utilizar fez a diferença em nossas vidas.

Desculpas? Sim, pedir desculpas e tentar não errar mais. Mas como o jovem de hoje pode aprender a pedir desculpas quando vemos políticos roubando e ficando impune? Que desculpas pode dar o político quando as cidades estão ficando sem estrutura e cada vez mais violentas. Que desculpas pode dar o governo quando vemos pessoas morrendo sem atendimento médico depois de anos de contribuição de impostos que não vemos revertidos para a população? Que desculpas podem dar pela falência da segurança pública quando vemos a população carcerária se matando num estado dominado por uma família? E o trabalho escravo? E a prostituição infantil? E o uso de crianças pelos traficantes? E a violência contra a mulher? E o desemprego crescente em contradição ao que os empregadores chamam de apagão de mão de obra?

Bem, não tem desculpas. Falta alguma coisa. Falta muita coisa. Falta principalmente EDUCAÇÃO, mas também capacitação, valores, incentivo, solidariedade e atos de gentileza.

Meu pai sempre falou para a gente “Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje”. Reforço essas palavras dizendo que todos devem incentivar mudanças, não deixando para amanhã o que podem fazer hoje. AMANHÃ pode ser TARDE!

22/01/2014 - Rose Valverde


* Quadro ARTE x MARGINALIDADE baseado em reportagem de TV que mostrava policiais que combatiam uma rebelião fazendo vistoria em jovens presos na Febem na década de 90. Jovens nus, sob a mira dos soldados que na minha interpretação pediam PAZ. Lembrei-me de um texto que escrevi que fala sobre a arte x marginalidade (site: www.rosevalverde.art.br/artexto/artexmarginalidade)