domingo, 15 de maio de 2011

Uma homenagem a Murilo Mendes


Os Pobres - Rose Valverde - óleo s/ tela - 1992 

Em 1992 quando trabalhava na Funalfa realizamos uma exposição na Biblioteca Murilo Mendes com quadros inspirados na poesia de Murilo e um varal de poesias com ilustrações. A poesia "Os Pobres" sempre me encantou e esse quadro é minha homenagem a Murilo Mendes.


Os Pobres - Murilo Mendes

Chegam nus, chegam famintos
À grade dos nossos olhos.
Expulsos da tempestade de fogo
Vêm de qualquer parte do mundo,
Ancoram na nossa inércia.
Precisam de olhos novos, de outras mãos,
Precisam de arados e sapatos,
De lanternas e bandas de música,
Da visão do licorne
E da comunidade com Jesus.
Os pobres nus e famintos
Nós os fizemos assim.



Murilo Monteiro Mendes, nasceu dia 13 de maio de 1901, em Juiz Fora, Minas Gerais. Aos 9 anos diz ter tido uma revelação poética ao assistir a passagem do cometa Halley. Em 1917, uma nova revelação: fugiu do colégio em Niterói para assistir, no Rio de Janeiro, às apresentações do bailarino Nijinski. Muda-se definitivamente para o Rio em 1920. Os anos de 1924 a 1929 foram dedicados à formação cultural e à luta contra a instabilidade profissional. Foi arquivista no Ministério da Fazenda e funcionário do Banco Mercantil. Nesse período publica poemas em revistas modernistas como "Verde" e "Revista de Antropofagia". Seu primeiro livro, "Poemas", é publicado em 1930. É agraciado com o Prêmio Graça Aranha. Converte-se ao catolicismo em 1934. Torna-se inspetor de ensino em 1935. Em 1940, conhece Maria da Saudade Cortesão, com quem se casaria em 1947. Com tuberculose, é internado em sanatório na região de Petrópolis, em 1934. Em 1946, torna-se escrivão da 4ª Vara de Família do Distrito Federal. Cumpre missão cultural na Europa, proferindo diversas conferências. Muda-se para a Itália em 1957, onde se torna professor de Cultura Brasileira na Universidade de Roma. Foi também professor na Universidade de Pisa. Seus livros são publicados por toda a Europa. Em 1972, recebe o prêmio internacional de poesia Etna-Taormina. Vem ao Brasil pela última vez. Murilo Mendes morre em Lisboa, no dia 13 de agosto de 1975.

OBRAS:
"Poemas" (1930), "Bumba-meu-poeta" (1930), "História do Brasil" (1933), "Tempo e eternidade" - com Jorge de Lima (1935), "A poesia em pânico" (1937), "O Visionário" (1941), "As metamorfoses" (1944), "Mundo enigma" e "O discípulo de Emaús" (1945), "Poesia liberdade" (1947), "Janela do caos" - França (1949), "Contemplação de Ouro Preto" (1954), "Office humain" - França (1954), "Poesias (Obra completa até esta data)" (1959), "Tempo espanhol" - Portugal (1959), "Siciliana" - Itália (1959), "Poesie" - Itália (1961), "Finestra del caos" - Itália (1961), "Siete poemas inéditos" - Espanha (1961), "Poemas" - Espanha (1962), "Antologia Poética" - Portugal (1964), "Le Metamorfosi" - Itália (1964), "Italianíssima (7 Murilogrami) - Itália 1965), "Poemas inéditos de Murilo Mendes" - Espanha (1965), "A idade do serrote" (1968), "Convergência" (1970), "Poesia libertá" - Itália (1971), "Poliedro" (1972), "Retratos-relâmpagos, 1ª série" (1973),"Antologia Poética" (1976) e "Poesia Completa e Prosa" (1994).


mais informações: http://www.ufjf.br/mamm - Museu de Arte Moderna Murilo Mendes, Rua Benjamin Constant, 790 - Centro - Telefone: (32) 3229-9070
 

quarta-feira, 27 de abril de 2011

MESTRE... morreu uma PROFESSORA

Servidores da Prefeitura de Juiz de Fora e o Sindicato dos Professores (Sinpro) reclamam do Decreto Municipal  que restringe a liberação de atestado médico. Na última semana uma professora morreu de aneurisma cerebral na cidade por não ter um atestado médico do Sistema Único de Saúde (SUS) que garantisse o afastamento dela para o tratamento da doença.
A história da professora que morreu na semana passada, depois de ir trabalhar passando mal, quem conta é a coordenadora do sindicato, Aparecida de Oliveira Pinto. Ela lembra que por cinco dias a amiga buscava um meio de validar o atestado, emitido por um médico do plano de saúde.
O decreto número 9.350, de 2007, da Prefeitura de Juiz de Fora, diz que o servidor que deixar de comparecer ou se afastar do trabalho por motivo de doença deve apresentar atestado médico emitido por serviço público ou profissional vinculado ao SUS da cidade.
Em nota a Prefeitura diz que a medida foi necessária para normatizar a perícia médica e que normas como essa são adotadas em grandes empresas e instituições públicas que possuem setor de medicina do trabalho.
Ou seja, atestado com a assinatura de médico particular não vale.
http://www.zonadamatamg.com.br/

Já havia preparado um texto para falar sobre O DIA DA EDUCAÇÃO - 28 de abril.
Resolvi prestar uma homenagem a PROFESSORA vítima de nosso sistema falido e cheio de incoerencias.
Mas ainda continuo firme na campanha a favor da EDUCAÇÃO.


No dia 28 de abril comemora-se o dia da Educação.

Temos muito a lutar e reivindicar por uma melhora na educação em nossa cidade, em nosso estado e em nosso país.
Essa luta é ardua e difícil de ser realizada, pois os maiores entraves para a sua vitória estão na mudança de valores de alguns políticos, na conquista da cidadania e na luta pelos direitos que são anseios da população, na transformação dos laços familiares que estão se diluindo e deixando de argamassar a base da família.
Não teremos nada a comemorar se não pudermos antever uma mudança pequena que seja no íntimo das pessoas. Não poderemos acreditar em mudanças se não pudermos alimentar a esperança de muitos jovens de concretizar seus sonhos. Não podemos ampliar o acesso a educação se não houver parceria de toda a sociedade em função de novas conquistas visando mudar os patamares da violência, da insegurança e da criminalidade.
Devemos seguir em busca da ética, da auto-estima, da cidadania, do progresso e da satisfação em ser útil. Poderemos transformar o país se investirmos em mais Educação, mas sem paternalismo, sem omissões e sem acobertar a miséria doando ajuda sem ensinar as pessoas a sobreviverem e mudar seus rumos.
Não podemos acreditar na vitória da educação se não investirmos em “trazer o mestre” para a Educação. Não só o mestre que busca a sua sobrevivência, mas o mestre que se compromete com seu trabalho, que consegue com dignidade manter sua família e pode sonhar em obter melhoras ajudando a melhorar também a vida de seu próximo.
 “Bem judiciosas são as seguintes considerações de Vieira sobre o inestimável valor da educação sob seu aspecto moral: "Em todas as ciências é certo que há muitos erros, dos quais nasce a diferença de opiniões; em todas as ciências há muitas ignorâncias, as quais confessam todos os maiores letrados que não compreendem nem alcançam. Pois se veio a Sabedoria divina ao mundo, por que não alumiou estes erros, por que não tirou estas ignorâncias? Porque errar ou acertar em todas as matérias, sabê-las ou não as saber, pouca coisa importa; o que só importa é saber salvar, o que só importa é acertar a ser bom: e isto é o que nos veio ensinar o Filho de Deus. Nem ensinou aos filósofos a composição dos continentes, nem aos geómetras a quadratura do círculo, nem aos mareantes a altura de Leste e Oeste, nem aos químicos o descobrimento da pedra filosofal, nem aos médicos as virtudes das ervas, das plantas e dos mesmos elementos; nem aos astrólogos e astrónomos o curso, a grandeza, o número e as influências dos astros: só nos ensinou a ser humildes, ó nos ensinou a ser castos, só nos ensinou a fugir da avareza, só nos ensinou a perdoar as injúrias, só nos ensinou a sofrer perseguições pela causa da justiça, só nos ensinou a chorar e aborrecer o pecado e amar e exercitar a virtude; porque estas são as regras e as conclusões, estes os preceitos e os teoremas por onde se aprende a ser bom, a ser justo, que é a ciência que professou e veio ensinar o Filho de Deus."
É de semelhante espécie de ensino que precisam os homens de nossos dias. Todos os problemas do momento atual se resumem em uma questão de caráter: só pela educação podem ser solucionados. Demasiada importância se liga às várias modalidades do saber, descurando-se o principal, que é a ciência do bem.
Os pais geralmente se preocupam com a carreira que os filhos deverão seguir, deixando-se impressionar pelo brilho e pelo resultado utilitário que de tais carreiras possam advir. No entanto, deixam de atentar para a questão fundamental da vida, que se resolve em criar e consolidar o caráter. Antes de tudo, e acima de tudo, os pais devem cuidar da educação moral dos filhos, relegando às inclinações e vocações de cada um a escolha da profissão, como acessório.
A crise que assoberba o mundo é a crise de caráter, responsável por todas as outras.
O momento reclama a ação de homens honestos, escrupulosos, possuídos do espírito de justiça e compenetrados das suas responsabilidades.
Temos vivido sob o despotismo da inteligência. Cumpre sacudir-lhe o jugo fascinador, proclamando o reinado do caráter, o império da consciência, da moral e dos sentimentos.[1]
Não poderemos transformar nossos cidadãos se não colocarmos a Educação nas mãos de um mestre maior, Jesus, que pode guiar as famílias e a escola, os gestores, legisladores, educadores e toda a sociedade em direção há um caminho de reconquista de valores e de solidificação de ideais.
E o nosso maior “Mestre” veio nos ensinar a amar e a servir e colocou em nossas mãos a oportunidade de crescer e progredir e para tanto não precisamos de muito, basta segui-lo.



[1] CAMARGO, Pedro de (Vinícius), O mestre na educação, FEB, 1977.

domingo, 27 de março de 2011

Histórias e memórias do CCBM


A partir das pesquisas que estamos realizando para o projeto Bernardo Mascarenhas, um homem várias histórias, da Cedro e Cachoeira até os dias de hoje. Surgiram outros assuntos e outras histórias e algumas fazem parte de experiências que vivi no CCBM no período em que trabalhei na FUNALFA.
Apresento aqui parte desse relato, o restante vocês poderão visualizar no meu site www.rosevalverde.art.br na página Arte-educação – arquivos textos p/ divulgação – O CCBM sob meu olhar.
 Apresentação de Henrique Simões na abertura da Mostra Professor Também Faz Arte (2010)
“Quem diria que após vinte anos em que eu fiz um curso de Teatro com o Henrique Simões o reencontraria encenando textos de Drumond no mesmo espaço em que ele tanto lutou para criar. E tive o privilégio de documentar esse momento que agora serve como um elo entre o presente e o passado. [...] Mas podemos voltar mais ao tempo até meados de 1983 quando Simões conversava com Walter Sebastião, jornalista e crítico de arte, sobre a Fábrica Bernardo Mascarenhas que estava há anos abandonada e sem utilidade. E assim, Henrique Simões, Walter Sebastião e Guilherme Bernardes iniciam junto com os irmãos, Décio, Nívea e Carlos Bracher e vários outros artistas e intelectuais da época a campanha “Mascarenhas meu amor”, que é o início de um longo processo de negociação e mobilização visando negociar com autoridades do estado a fim de conseguirem transformar a velha e falida fábrica no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas. [...]Em 1990 comecei a trabalhar na Funalfa a convite da Superintendente Patria Zambrano e o Coordenador de Cultura na época era o Natale Chianello, foi aí que entrei na Oficina do Sensorial Teatro que era dirigida pelo Henrique Simões. [...] De 1990 a 1994 trabalhei na Funalfa no setor de Artes Plásticas e durante esse período iniciamos um cadastro de artistas plásticos da cidade e através desse cadastro começamos a reunir os artistas e realizar eventos ligados a arte. Montamos o projeto Galeria Aberta, que reunia artes plásticas, poesia, dança, apresentações musicais e concertos no Parque Halfeld. Em setembro de 91 realizamos a galeria aberta que tinha uma premiação ao final e exibimos também, durante o evento, filmes de arte em 16 mm sobre Picasso, Os Impressionistas, Delacroix, Marc Chagall, Braque e Claude Monet. Realizamos exposições no Saguão da Câmara, como a exposição coletiva Grupo 16, e no próprio Espaço Mascarenhas a exposição de Artistas da Zona da Mata, gincanas artísticas ao ar livre e etc.[...]”
Obra em exposição no MAMM  

No dia 27 de março, quando estive na abertura da exposição, O POETA DAS IMAGENS, Acervo da Casa de Rui Barbosa com pinturas de Arlindo Daibert no Mamm, outra história veio a minha memória. Arlindo Daibert faleceu em 1993 e poucos conhecem a história de sua morte que aconteceu no próprio CCBM, enquanto ele fazia uma palestra sobre cinema. Alguns ouvintes acharam que ele estava encenando, pois, falava sobre filmes de suspense quando caiu vítima de um ataque cardíaco. 


 
Arlindo Daibert

Arlindo, exerceu sua arte com dedicação e originalidade e partiu novo ainda, em plena atividade, resgatando histórias da arte como era sua preocupação sempre.

Mais histórias, estamos reunindo e em breve estará num blog que será o registro de toda a pesquisa realizada nesse projeto. Até lá dividiremos alguns momentos importantes que fazem parte da história do Espaço Mascarenhas e de nossa cidade.


domingo, 20 de março de 2011

Tsuro pela Paz


Estava me preparando para escrever a todos sobre a eleição para o Conselho Municipal de Cultura de Juiz de Fora, cuja eleição começa amanhã dia 21 e 22 de março,  mas ao ver o jornal da noite na tv mudei de idéia. 

Me surpreendi quando, no meio de uma reportagem, apareceu o Presidente Obama dando uma notícia grave de uma forma tão banal: o anuncio do bombardeio contra as forças do Gaddafi na Líbia. Como se fosse a mesma coisa de anunciar um passeio ao corcovado. Talvez não seja a toa que hoje pela manhã eles cancelaram a ida ao Corcovado. Será que vão? E se forem será que diante da representação do Cristo de braços abertos ele não pensará um pouco na decisão de iniciar uma guerra que como ele mesmo disse poderá afetar o mundo nos próximos dez anos?

É uma pena que a nossa tietagem diante do primeiro presidente Negro dos EUA conversando com a primeira mulher Presidente no Brasil teve esse gostinho amargo de trazer junto o fim de nossas esperanças em preservarmos a PAZ.

Essa Paz da qual eu sempre falo e que acho que é nossa função como artistas e educadores defender até o fim, por que sem ela a humanidade não cresce espiritualmente. E como vimos com o grande desastre natural do Japão não adianta reunir riquezas por que diante dos fenomenos naturais da natureza isso nada resolve. A nossa Mãe terra está se revolvendo mesmo diante de tanta ambição, usura e consumismo.
“Nossa mãe terra, Senhor
 geme de dor noite e dia,
Será de parto essa dor ,
ou simplesmente agonia?”

Há alguns anos fiz uma exposição que se chamou: “O que os olhos veem? Paz...”. Na época (2005) colocamos vários Tsuru[1] na entrada da exposição e uma das obras que expus fazia uma reflexão sobre a bomba de Hiroshima que foi lançada em 06 de agosto de 1945, por um presidente Americano, Harry S. Truman. Quase ninguém deu atenção a esse pequeno quadro, mas também quase ninguém se lembra que foram os americanos que iniciaram a primeira agressão nuclear a uma população indefesa. 



Agora por incrível que pareça a própria mãe terra detonou esse processo de destruição. Mas isso nos serve de alerta, porque a energia nuclear foi criada para ser utilizada em fins pacíficos e o homem com sua ambição desvairada acabou transformando-a numa poderosa arma de destruição.

O caminho que estamos a trilhar coloca em nossas mãos aquilo que viremos a colher. Por isso venho há anos falando sobre a Paz, a vida, a alegria, a natureza e sempre utilizei meus desenhos para mostrar a dor, mas também falar da paz, do amor e da harmonia.
Não precisamos de mais visões negativas do que já temos em nosso dia-a-dia, não queremos aumentar nossa cota de sofrimento decorrente de decisões erradas.
 “Jesus citava o “amor” como “ágape”, termo que significava servir. Amor sempre foi sinônimo de servir e quando a gente começa a entender a extensão desta palavra já não podemos nos permitir deturpar sentimentos, cairmos nas viciações, mergulhar na luta insana pelo prazer físico, pela posse, pelo poder, pela usura, sem que mergulhemos também na infelicidade e na dor. Nossa libertação está na conquista do amor maior, quando nossos seres queridos já não serão restritos à família, ou a um ser especial, mas a humanidade inteira. Quando este amor-servir, encantar e dominar a terra, não existirá mais o mal e o ódio se apagará diante de tanta luz.
Não gostaria de parecer cafona nem piegas, mas o que gostaria de dizer é que meu heroi é Jesus e que a única maneira da humanidade conquistar a Paz é se espelhar nele. EU, não tenho vergonha de dizer que admiro seu exemplo.




[1] O Tsuru é o símbolo do Origami japonês e significa boa sorte, felicidade e saúde. Depois da destruição de Hiroshima em 1945, surgiram muitas doenças entre os sobreviventes. Uma das vítimas, Sadako Sassaki, com dois anos no dia da explosão, começou a sentir os efeitos da Bomba Atómica aos 12 anos, sendo-lhe diagnóstico Leucemia. Quando Sadako estava no hospital, um amigo levou-lhe alguns papéis coloridos e dobrou um pássaro (TSURU). Disse-lhe que esse pássaro é sagrado no Japão, que vive mil anos e tem o poder de conceder desejos. E que se uma pessoa dobrar mil Tsurus e fizer o seu pedido a cada um deles, este será atendido. Sadako começou a dobrar Tsurus e a pedir para se curar, porém a sua doença agravava-se a cada dia. A menina começou, então, a pedir pela Paz Mundial. Sadako dobrou 964 Tsurus até 25 de Outubro de 1955, data em que morreu. Os seus amigos dobraram os restantes Tsurus a tempo do seu funeral. Mas eles queriam mais, desejavam pedir por todas as crianças que estavam a morrer, em consequência da explosão da Bomba Atómica. Os amigos de Sadako formaram um clube e começaram a angariar dinheiro para um monumento. Contribuíram estudantes de mais de 3000 escolas do Japão e de 9 outros países. Em 5 de Maio de 1958 inauguraram o Monumento da Paz das Crianças, no Parque da Paz de Hiroshima. Todos os anos no Dia da Paz, seis de Agosto, são enviados Tsurus de papel, provenientes de todo o mundo, para o Parque. As crianças desejam espalhar pelo mundo a mensagem esculpida na base do monumento de Sadako: Este é o nosso Grito/ Esta é a nossa oração: Paz no Mundo

sábado, 12 de março de 2011

As Rosas não falam - Cartola

fotomontagem - Rose Valverde

Na minha casa só pego na TV o sinal da Globo e confesso que nos últimos tempos quase não assisto nada na TV.
Felizmente  assisti o programa Por toda a minha vida com um especial do Cartola no dia 11 de março.
Quando ganhei de minhas filhas um cd com várias músicas cantadas por ele e por interpretes sensacionais como a Beth Carvalho, Ney Matogrosso e Elizeth Cardoso, fiquei fã dele.
Mas não conhecia a sua história e cito aqui um resumo do site:

“No programa estão os momentos mais importantes da vida do cantor, começando por seu nascimento em uma família de razoável poder aquisitivo, o que explica um pouco o motivo pelo qual ele prezava tanto ternos, chapéus e tinha uma postura alinhada, e a crise econômica pela qual passou, obrigando-o a se mudar para a Mangueira.Ao longo de sua história, merecem destaque também sua maneira otimista e poética de conduzir as maiores dificuldades de sua vida, assim como a paixão pela música (inclusive a erudita) e o tardio reconhecimento de seu sucesso, já que ele gravou seu primeiro LP aos 65 anos de idade. Depoimentos de Sergio Cabral, renomado compositor do mundo do samba; o filho de Zica, oficialmente adotado por Cartola; sua neta; vizinhos, Paulinho da Viola e Beth Carvalho também são registrados na atração, que é conduzida por Fernanda Lima.O programa é de autoria de George Moura, tem direção-geral e núcleo de Ricardo Waddington e direção de Luiz Henrique Rios.”

Um dos seus maiores sucessos:

Acontece
Composição: Cartola

Esquece o nosso amor, vê se esquece.
Porque tudo no mundo acontece
E acontece que eu já não sei mais amar.
Vai chorar, vai sofrer, e você não merece,
Mas isso acontece.
Acontece que o meu coração ficou frio
E o nosso ninho de amor está vazio.
Se eu ainda pudesse fingir que te amo,
Ah, se eu pudesse
Mas não quero, não devo fazê-lo,
Isso não acontece.


A composição que mais me emociona:

Não Quero Mais
Composição: Cartola / Carlos Cachaça / Zé da Zilda

Não quero mais amar a ninguém
Não fui feliz, o destino não quis
O meu primeiro amor
Morreu como a flor, ainda em botão,
Deixando espinhos que dilaceram meu coração.
Semente de amor sei que sou desde nascença,
Mas sem ter a vida e fulgor, heis minha sentença,
Tentei pela primeira vez um sonho vibrar,
Foi beijo que nasceu e morreu, sem se chegar a dar,.
(bisa a primeira parte)
Às vezes dou gargalhada ao lembrar do passado,
Nunca pensei em amor, nunca amei nem fui amado,
Se julgas que estou mentindo, jurar sou capaz,
Foi simples sonho que passou e nada mais

A música mais conhecida.  Maravilhosa!
Ele se inspirou nas Rosas que via da janela de sua casa em Jacarepagua e num dialógo que teve com a Zica quando ela comentou sobre o porque da beleza das rosas  e ele disse: “eu, não sei, mas as rosas não falam.”

As Rosas Não Falam
Composição: Cartola

Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão,
Enfim
Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
Para mim
Queixo-me às rosas,
Mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai
Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
Por fim